terça-feira, 16 de agosto de 2011

Engarrafamento


Vida parada... tudo parado como em um engarrafamento... um engarrafamento de problemas, todos enfileirados aguardando a desobstrução do caminho. Não consigo ver o que está la na frente me impedindo de prosseguir. Ainda sei onde quero chegar, mas os caminhos ficaram confusos e esburacados. Não posso mais esperar, ninguém vem para ajudar. Vou ter que descer do carro e mover os obstáculos com minhas próprias mão, tentando invocar uma força de algum lugar desconhecido dentro de mim. Meu combustível já está na reserva...só sei que já não posso mais esperar.


De dentro do meu carro, eu vejo a chuva, o sol, o vento
E as nuvens dando voltas na Lagoa eu penso
A vida nem sempre é boa
A vida nem sempre é boa

quarta-feira, 2 de março de 2011

Just Like That


Nossa, lá se vai uma eternidade desde a minha última postagem... Já voltei de Portugal, já voltei para Portugal e já voltei de Portugal mais uma vez... Bem cá estou na terrinha, a minha terrinha brasilis. As coisas ainda se ajustando, dividido entre a minha casa e a casa dos meus pais, distante do meu amor, reorganizando as finanças, cuidando de cachorro vira-lata, enfim, vivendo né.

Bem, este post é só para voltar a ativa. Nenhum assunto específico, nada relevante a não ser a constatação de que a vida é isso mesmo. Um conjunto de coisas comuns que se enfileiram no decorrer das 24 horas e a gente tem que dar contar de tudo. Nem sempre tem um grande acontecimento, nem sempre a gente tem uma grande decepção (ainda bem), nem sempre a vida é uma mar de rosas, até mesmo porque as rosas tem espinhos, não é mesmo?

Mas isso só justifica o nome deste blog... A vida será perfeita, mesmo sem perfeição.

Até o próximo post...

domingo, 2 de maio de 2010


Que atire o primeiro passaporte quem, depois de morar fora, nunca sentiu falta do Brasil, de casa, dos amigos, do jeito de ser dos brasileiros. Não adianta, você pode decidir morar em qualquer lugar desse exótico planeta, mas nunca irá encontrar um lugar como o Brasil. Nunca irá encontrar um povo como o brasileiro. E esse cordão umbilical nacionalista é difícil de se cortar...aliás nem deve ser cortado...é o que nos une a essa terra adorada, entre outras mil... é o que nos alimenta de brasilidade e nos faz únicos... enfm, papo saudosista de quem está longe de casa..mas que não deixa de ser verdade.


"Vou voltar

Sei que ainda vou voltar

Para o meu lugar

Foi lá e ainda é lá

Que eu hei de ouvir cantar

Uma sabiá"

(TJ/CB)

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Excesso e Essência


Muito tempo sem postar...muita coisa mudou nesses meses...na verdade, eu mudei...mudei de país ... resolvi me aventurar por outros mares, ares, lugares ... vivia dizendo que o mundo é grande demais para passar a vida inteira num lugar só ... talvez usasse isso como uma desculpa "descolada" para fugir dos meus problemas cotidianos e procurar alento em terras mais distantes ... mal sabia que os problemas iriam todos, juntinhos, ali escondidos no fundo da minha mala ... eu realmente acreditava que estava embarcando para um futuro melhor, só não contava com esse excesso de bagagem ... mas peraí ... que besteira a minha ... isso não é excesso ... isso é essência ... é a minha essência, minha vida, minha história.


Agora cá estou eu, no meu próprio exílio... no exílio de mim mesmo.


Canção do exílio


Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar –sozinho, à noite–
Mais prazer eu encontro lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que disfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.


De Primeiros cantos (1847)
Gonçalves Dias

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

- amizade -


Ontem uma aluna minha contou que havia feito um video para pedir desculpas para um colega, que por sinal também é meu aluno. Disse que havia feito uma montagem com fotos, depoimentos e tudo mais que lembrasse os bons momentos da amizade dos dois. Ela contava com minha ajuda (como é bom saber que eu participo da vida de meus alunos também como um amigo) para exibir o video em sala de aula no meu notebook, porém, justamente ontem eu não havia levado.  Aquilo me deixou triste, pois não pude contribuir com um ato tão bonito. Muito mais do que nas imagens e mensagens que o video possa trazer, a beleza disso tudo  está na atitude da minha aluna. Reconhecer que errou e ter humildade e dignidade de pedir desculpas. Isso sim é de extrema beleza. Há quem diga que a juventude está perdida... mas enquanto houver jovens como a minha aluna, tenho certeza  que haverá sempre uma esperança de um futuro melhor...

Este post é para você, minha aluna... uma breve homenagem já que não pude te ajudar ontem. E tenha certeza que, com video ou sem video, você fará as pazes com seu amigo, pois sei que ele é tão digno quanto você e saberá perdoar.
Um beijo do "Profi" - como você me chama né!!! ( olha lá hein, não vá ficar metida só pq ganhou um post!)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

- carta ao coração -


O amor não vem pronto... o amor, a gente cria, constrói, fomenta... mas também não há nenhuma fórmula ou receita que nos ensine a fazer isso. O amor é como a digital ... cada um tem a sua ... assim como cada um tem o seu jeito de amar... e esse jeito de amar está atrelado ao que nós somos, ao nosso comportamento, à nossa história de vida. E aí, caro Coração, é que vem o grande desafio... é quando você resolve juntar o seu amor com o amor de outro Coração ... quando resolve unir o seu amar com um outro amar. E esse desafio se chama Relacionamento...e pra isso até podemos dizer que existe uma receita... mas uma receita sem "modo de fazer"... uma receita apenas com os "ingredientes"... ingredientes como a compreensão, respeito (pelo outro e por você), lealdade, sinceridade e outras coisas que vão "dar a liga" do Relacionamento... no entanto, existe um ingrediente que muitas vezes acabamos deixando de fora ... e deixamos porque talvez, de forma errônea, nos remeta a algo negativo. Eu tô falando, Coração, do "sacrifício" [ Ato de abnegação, inspirado por um veemente sentimento de amizade ou de amor ]... é preciso sacrifício sim... mas o sacrifício que significa desprendimento, altruísmo... o oposto do egoísmo. Porque esse sacrifício, faz com que a gente se sinta bem, recompensado. É uma espécie de investimento que solidifica o Relacionamento. Mas se pra você, o sacrifício significa auto-tortura... aí amigo Coração, a sua receita ja desandou.
[... não sei porque
Se eu não perdi nenhum detalhe
Onde foi que eu errei?
Ainda encontro a fórmula do amor ...]
Leoni - Leo Jaime

segunda-feira, 16 de junho de 2008

- confissões de um filho único -


Desde o momento em que nascemos, estamos sempre caminhando em direção a nossa "independência"... quando o médico corta nosso cordão umbilical e que nos separa fisicamente do corpo de nossa mãe, começa nossa jornada em busca do que é ser auto-suficiente... aprendemos a falar e assim expressar nossas vontades sem depender da interpretação dos gugu-dadás e choros... aprendemos a andar e mesmo entre um tombo e outro vamos soltando as mãos de quem nos guia... outros iguais a nós aparecem em nossas vidas e vamos fazendo amizades e construindo outros relacionamentos que nos fazem não mais ser exclusivos desse relacionamento pais e filhos... tentamos estudar, tentamos trabalhar e quando conseguimos, damos mais um passo nos tornando financeiramente independentes... até o dia em que percebemos que tomamos conta da própria vida...e foi então que eu me dei conta de que quando tive minha vida em minhas mãos, quando tomei as rédeas do meu destino... isso já não me adiantaria de nada...pois o cordão umbilical foi restabelecido... dessa vez não só o cordão materno ... o cordão foi restabelecido com meus pais... e de uma forma inversa...virei pai de meus pais...quando consegui andar sozinho, tive que voltar, dar um passo atrás...e viver mais uma vez...dependente.